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Metodologia Webquest: Apropriação e Utilização nas Aulas de Matemática no Ensino Médio (página 3)

A METODOLOGIA WEBQUEST

Frente às mudanças que as tecnologias provocam na educação, tema que ainda gera muita discussão, visto que, alguns professores ainda não se apropriam das TIC pedagogicamente, e assim não as utilizam em suas salas de aula, é notório o crescimento das informações e do acesso que os estudantes possuem hoje, com as TIC.

Nesse sentido, é necessário que a escola e os professores atentem para a necessidade de inseri-las em seus projetos pedagógicos e planos de aula. As aulas tradicionais, em especial as aulas de matemática, nas quais os alunos são apenas meros espectadores já não é suficiente para a consolidação do conhecimento matemático. É preciso inovar, criar expectativas, fazer do aluno um ser ativo do seu próprio conhecimento.

Diante disso, surgem questionamentos acerca da metodologia utilizada pelo professor nas aulas de matemática, e se as TIC, por meio da metodologia webquest, pode contribuir para que o aluno se aproprie de maneira significativa dos conteúdos abordados na educação básica. Ainda percebe-se que a maioria das aulas de matemática é a tradicional, na qual o professor é o principal agente do ensino/aprendizagem, alunos apenas escutam e depois fazem exercícios repetitivos gerando sujeitos desmotivados e com receio da disciplina.

A webquest como uma técnica que tem o ensino baseado na internet é, sem dúvida uma excelente metodologia que pode contribuir na inserção das TIC nas aulas de matemática. Como pesquisa orientada promove uma aprendizagem interativa, além de proporcionar o compartilhamento dos saberes pedagógicos. (MERCADO; VIANA, 2004)    

O conceito webquest foi criado por Bernie Dodge em 1995, professor da Califórnia (EUA). Dodge (1995) destaca que a webquest é uma investigação orientada na qual algumas ou todas as informações com as quais os aprendizes interagem são originadas de recursos da internet, opcionalmente suplementadas com videoconferências.

Concordando com Dodge (1995), Mercado e Viana (2004) definem webquest como:
                
Trata-se de um método no qual se utiliza da Internet para aprendizagem. Através de uma questão-problema os alunos são induzidos à pesquisa e a solução de problemas. Trata-se de um método dinâmico, pois as pesquisas para a obtenção de respostas se darão na internet, favorecendo também um trabalho em equipe.

Ainda segundo Mercado e Viana (2004), a webquest pode ser uma alternativa pedagógica, na utilização da internet, poderá revolucionar a construção do saber e os ambientes virtuais de aprendizagem. Santos e Barros (2014) conceituam webquest como uma atividade didática, estruturada, de forma que os alunos se envolvam no desenvolvimento de uma tarefa de investigação, usando principalmente recursos da internet.

A webquest é uma metodologia simples, mas muita rica em possibilidades de aprendizagem, favorece o ensino cooperativo por meio de recursos da web. Viana (2003) apresenta entre outras a seguintes definição de webquest:

Uma webquest é uma página da Internet que possui tudo ou quase tudo que se precisa saber sobre determinado assunto. Em toda webquest existe um problema para ser solucionado. Precisamos usá-la, para facilitar o trabalho de pesquisa dos alunos, instigando-os a querer saber mais sobre o assunto proposto. Dando-lhes referências, eles podem buscar na própria Internet, como em livros, revistas, vídeos, entre outros, expandindo cada vez mais os meios de conhecimento do aluno. (VIANA, 2003).


Azevedo (2011) destaca que dependendo dos objetivos e do planejamento efetuado pelo professor, as webquest podem ser classificadas em dois tipos ou níveis. Esses dois níveis de acordo com Dodge (1995) são:

- Webquest Curtas: O objetivo de uma webquest curta é a aquisição e integração do conhecimento. No final de uma webquest Curta, o aprendiz terá entrado em relação com um número significativo de informações, dando sentido a elas. Uma webquest curta é planejada para ser executada em uma ou três aulas.

- Webquest Longas: O objetivo instrucional de uma webquest longa é a compreensão, ampliação e o refinamento do conhecimento. Depois de completar uma webquest longa, o aprendiz terá analisado profundamente um corpo de conhecimento, transformando-o de alguma maneira, e demonstrando uma intelecção do material com a criação de algo que outros possam utilizar, no próprio sistema (internet) ou fora dele. Uma webquest longa padrão dura de uma semana a um mês de trabalho escolar.

    Para produzir uma webquest não é necessário ser um especialista ou técnico, os professores podem e devem construir. A elaboração exige apenas organização e estratégias bem definidas, além de uma seleção de sites com informações confiáveis que oferecem material necessário à pesquisa relacionada ao tema proposto na webquest.

Webquest parte da definição de um tema e objetivos por parte do professor, uma pesquisa inicial oferecendo uma variedade de links selecionados acerca do assunto, para consulta orientada dos alunos. Estes devem ter uma tarefa, exequível e interessante, que norteie a pesquisa. Para o trabalho em grupos, os alunos devem assumir papéis diferentes, como o de especialistas, visando gerar trocas entre eles. Tanto o material inicial como os resultados devem ser publicados na Web, online. (VIANA, 2003).

As webquest fornecem uma aprendizagem ativa. Por meio das webquest o aluno receberá quantidade significativa de novas informações. Dessa maneira, essa metodologia torna-se atraente e desafiadora, promovendo a curiosidade e o interesse do aluno.

As webquest permitem entre outras coisas, desenvolver habilidades cognitivas e transformar as informações ao invés de reproduzi-las. Por meio da organização da tarefa e do processo as webquest oferecem oportunidades que promovem as habilidades do conhecer, favorecendo o aprender a aprender, além disso, é importante que o aluno acesse, entenda e transforme as informações existentes (VIANA, 2004).

    O uso da metodologia webquest permite de acordo Mercado e Viana (2004):

- Garantir acesso a informações autênticas e atualizadas - conteúdos publicados na Internet e em outros recursos tecnológicos refletem saberes e informações recentes. Além disso, são produtos autênticos que fazem parte do dia a dia das pessoas;

- Romper as fronteiras da aula - ajuda o aluno a entender que a escola vai mais além das quatro paredes, em que assistir a uma aula, num determinado horário e o que aprender dentro da sala de aula o ajuda a entender o mundo; que toda a informação que recebe por diversos meios, ao longo do dia, forma um conjunto de saberes e conhecimentos que explicam outras realidades e abrem novos e fascinantes caminhos;

- Promover aprendizagem cooperativa - os webquest estão fundados na convicção de que aprendemos mais e melhor com os outros, não individualmente. Aprendizagens mais significativas são resultados de atos de cooperação;

- Desenvolver habilidades cognitivas - o modo de organizar Tarefa e Processo numa webquest pode oferecer oportunidades concretas para o desenvolvimento de habilidades do conhecer que favorecem o aprender a aprender;

- Transformar ativamente informações (em vez de apenas reproduzi-las) - o importante é acessar, entender e transformar as informações existentes, tendo em vista uma necessidade, um problema ou uma meta significativa;
 
Os elementos que compõem uma webquest são: Introdução; tarefa; processo; recursos ou fontes de informações; avaliação; conclusão e créditos.

A introdução é onde o professor apresenta o tema da atividade, não deve ser muito extenso, mas é essencial que forneça informações básicas e desperte o interesse do aluno, trazendo orientações necessárias sobre o tema proposto.

A tarefa precisa ser desafiante e executável (AZEVEDO et al., 2013). Na tarefa deve descrever o trabalho a ser realizado pelos alunos. Segundo Azevedo (2011) a tarefa é a parte mais importante de uma webquest. Nesse sentido, ela deve fornecer metas que os alunos terão que cumprir.

No processo detalha-se a tarefa apresentando ao aluno as orientações, ou seja, monta-se um roteiro que os alunos devem seguir para a realização da tarefa. Esse roteiro é necessário para que ninguém se perca na elaboração da atividade. O processo pode incluir estratégias, informações interessantes, enfim, como os alunos podem se organizar para cumprir a tarefa proposta.

Os recursos são os links para os sites interessantes e fontes confiáveis de informações disponíveis na internet. Essas informações devem ser autênticas.  Podem ser disponíveis na internet, ou em livros e revistas, permitindo a realização da tarefa proposta.

A avaliação esclarece como o aluno será avaliado. Indica dados quantitativos e qualitativos do desempenho do aluno. Deve apresentar com clareza aos alunos como o resultado da tarefa será avaliado e que fatores serão considerados (AZEVEDO, 2011).

A conclusão deve ser clara, breve e simples. Resume os assuntos explorados propondo um desfecho e deixando algumas pistas para pesquisas futuras, reafirmando a importância do tema estudado.

Nos créditos são informadas as fontes de onde são retiradas as informações para construir a webquest, assim como, os dados de autoria da mesma.

A webquest tem muitas possibilidades de fornecer aos alunos meios para que eles busquem novas informações e adquiram conhecimentos por meio de fontes autênticas.
Cabe ao professor auxiliar seus alunos e proporcionar descobertas de novas formas de ensinar e aprender através da webquest.

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Como referenciar: "Metodologia Webquest: Apropriação e Utilização nas Aulas de Matemática no Ensino Médio" em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 07/05/2024 às 10:02. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/metodologia_webquest/index.php?pagina=2