A Empresa e a Escola Integradas para uma Sociedade Mais Justa e Competitiva (página 2)

Ao mesmo tempo em que cabe ao estado garantir os direitos sociais básicos dos trabalhadores, cabe à iniciativa privada valorizar socialmente a força de trabalho. Essa valorização social do trabalho tem como direito inicial, enumerado no próprio art. 6º dos direitos sociais: a educação (TODESCHINI, Remígio, 2004, p. 01).
     

Como citado anteriormente, um dos pontos em atenção da educação brasileira, é trazido pelo poder público brasileiro, informando que as metas da educação propostas pelo MEC estão sendo submetidas a questionamentos. Desta forma, os números trazidos pelo IDEB, registrados em 2013, para os anos iniciais do ensino fundamental foi de 5.2 pontos em uma escala de 0 a 10. Este índice ficou acima do resultado de 2011 (5.0) e acima da meta projetada de 4.9. No entanto, nos anos finais do ensino fundamental, o IDEB foi de 4.2 pontos, um pouco acima do resultado de 2011 (4.1), mas muito abaixo da meta proposta de 4.4. No ensino médio, o IDEB registrado foi de 3.7 pontos, permanecendo no mesmo nível de 2011 e abaixo da meta de 3.9. O Anexo 1 deste Artigo traz os resultados do IDEB, em detalhes.

Uma das conclusões acerca dos números do IDEB está no fato de que mesmo com metas muito pouco agressivas (notas abaixo de 5 pontos em uma escala de 0 a 10) para uma área prioritária rumo à real transformação e ascensão social, nota-se um "caminhar para o lado" e não para frente neste setor, motivada pela falta de competência na gestão de prioridades, programas e recursos públicos.

Kupper (2004, p. 51) afirma que a definição clássica, e uma das mais lidas, por toda parte, sobre educação é: "Processo pelo qual se procura desenvolver as potencialidades da pessoa humana e integrá-la na comunidade a qual pertença" - definição esta que, segundo o autor apresenta imprecisão de sua autoria.

Portanto a Educação é o maior instrumento de ascensão social e não pode ser vista como "remédio momentâneo", a exemplo de programas sociais como o "Bolsa Família" - um dos 18 programas do governo brasileiro em andamento - e que, segundo Arruda  (2014), beneficia 14.1 milhões de pessoas, com investimento de R$ 26 bilhões de reais - representando 0.4% do Produto Interno Bruto brasileiro (PIB). Porém este é apenas um dos programas de transferência de renda do governo federal brasileiro. Seus números revelam: 87 milhões de pessoas cadastradas, representando 43% da população.

Programas como estes têm seu mérito, por demonstrar ter realmente ajudado e contribuído para diminuir  a miséria extrema brasileira. Mas segundo a mesma fonte, vem apresentando sinais de esgotamento, pois necessitam de acompanhamento continuo e reformas estruturais, dentre elas, a educação de qualidade acessível a todos, garantindo real mobilidade social - o que não ocorre, de fato.

Moura e Castro et al. (2010, p. 01) afirmam que "... há gerações o Brasil tem afastado da sociedade dezenas de milhões de crianças e jovens". E sob tal afirmativa, também apresentam números estarrecedores, quando o assunto remete-se ao precário sistema de educação oferecido à crianças brasileiras:

- Apenas 11% dos alunos do 3º ano do Ensino Médio respondem ao conteúdo esperado em Matemática, e 28.9%, em Língua Portuguesa (SAEB / 09).
- O Brasil está entre os 65 países que participaram do PISA , em 2009, como um dos piores países do mundo quando se trata de educação básica: 57º no ranking em Matemática, 53º, em Leitura e 53º, em Ciências.
- 49.8% dos jovens brasileiros com 19 anos de idade não conseguiram concluir o Ensino Médio. Dentre os que concluíram, apenas 10% apresentam desempenho considerado adequado ao término da sua série (PNAD / IBGE/ 2009).
- 36.6% dos jovens brasileiros com 16 anos de idade não terminaram o ensino fundamental, até o 9º ano (PNAD/2009).
- Apenas 14.4% dos jovens brasileiros com idade entre 18 a 24 anos frequentam o ensino superior (PNAD/2009).  
- 74% da população brasileira não consegue compreender um texto simples (INAF).