Período grego (continuação)

Paideia: o seu nascimento

A partir do século V a. C., exige-se algo mais da educação. Para além de formar o homem, a educação deve ainda formar o cidadão. A antiga educação, baseada na ginástica, na música e na gramática deixa de ser suficiente.

Surge então o modelo ideal de educação grega, que aparece como Paideia*, que tem como objetivo geral construir o homem como homem e cidadão. Platão define Paideia da seguinte maneira “(...) a essência de toda a verdadeira educação ou Paideia é a que dá ao homem o desejo e a ânsia de se tornar um cidadão perfeito e o ensina a mandar e a obedecer, tendo a justiça como fundamento”.

A noção de Paideia se afirma de modo orgânico e independente na época dos sofistas e de Sócrates e assinala a passagem explícita – da educação para a Pedagogia, de uma dimensão teórica, que se delineia segundo as características universais e necessárias da filosofia. Nasce a Pedagogia como saber autônomo, sistemático, rigoroso; nasce o pensamento da educação como episteme*, e não mais como éthos* e como práxis* apenas.

* Paideia: nas suas origens e na sua acepção comum, indica o tipo de formação da criança (pais), mais idôneo a fazê-lo crescer e tornar-se homem, assume pouco a pouco nos filósofos o significado de formação, de perfeição espiritual, ou seja, de formação do homem no seu mais alto valor. Portanto, podemos dizer que a Paideia, entendida ao modo grego, é a formação da perfeição humana.

* Episteme: conhecimento verdadeiro, de natureza científica, em oposição à opinião infundada ou irrefletida.

* Éthos: conjunto dos costumes e hábitos fundamentais, no âmbito do comportamento e da cultura, característicos de uma determinada época ou região.

* Práxis: prática.

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Como referenciar: "Paideia: o seu nascimento" em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 05/11/2024 às 04:59. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/historia/grego3.php