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O capital humano da educação

Autor: Júlia Maria da Silva e Romilda Aparecida de Lima
Data: 05/06/2014

O educador é um poço de energia para o trabalho, ou jamais suportaria a pressão diária a qual está exposto no dia a dia. Infelizmente em um dado momento da história essa energia foi transformada numa tola energia, pois bastava um feitor e um chicote e as pessoas trabalhavam e produziam mesmo a contragosto. Na contramão da modernidade, até hoje, educadores são tratados por feitores do passado, pois o interesse daqueles que se dizem pensadores de gabinete, não quer permitir que esse educador pense, mas apenas produza. Mal sabem que a verdadeira informação e poder de transformação estão naqueles que vivenciam a realidade constantemente em sala de aula.

O ato de trabalhar com educação para conquistar o direito de levar/trocar conhecimento carregado de esperança às crianças, jovens e adultos tornou-se uma bandeira de luta, mas a história é recorrente. Tudo volta de uma forma ou de outra. Atualmente temos as facilidades da vida moderna, mas ainda estamos divididos. Não somos mais os artesãos da Idade Média, temos o avanço tecnológico para ampliar as formas de construção do ensino-aprendizagem, mas necessitamos ter prazer em nossas atividades diárias, fazer valer a energia emocional para que poupemos a energia física. Precisamos acreditar no processo em que nos encontramos inseridos e fazer valer a nossa vontade de fazer melhor e a nossa voz.

É importante considerar que vivemos uma época de infinitas transformações ao nosso redor e não é diferente na educação. Nunca houve tantas mudanças como as que vêm ocorrendo em nosso tempo. Mudanças que tiveram início nos séculos XVIII e XIX, com as Revoluções Industriais, vieram a galope de cavalos e carruagens e progrediram no século XX à velocidade de jatos supersônicos. O século XXI apresentará com certeza, transformações com uma velocidade inimaginável.  E dentro das salas de aula ainda temos educadores resistentes em se modificar para que sua prática seja mais próxima de seus alunos, uma vez que ele já possui domínio por uma tecnologia avançada que fica distante das aulas monótonas e desinteressantes de seus educadores. Os alunos pertencem a uma época em que aparelhos tecnológicos tidos como modernos hoje, amanhã serão jogados no lixo, pois novos modelos ocuparão esse espaço. Com o tempo nem o papel resistirá. Mas a máquina não substitui o homem. Não existe o educador modelo ano tal, não há educador com injeção eletrônica. O educador é o mesmo de sempre. Mas ele precisa aprimorar-se, se adaptar e provocar mudanças em sua sala de aula de forma a alcançar as necessidades e anseios de seus alunos.

O educador deve ter em mente que com as mudanças das políticas sociais na transformação das relações de trabalho, há a obrigação de se especializar numa prática significativa para que haja um aprendizado capaz de transformar a vida dos alunos que levarão esse conhecimento vida afora em busca de chances num campo competitivo onde apenas aqueles que conseguiram um desempenho apropriado para atender as necessidades de mercado serão acolhidos e terão condições de se tornarem pessoas autossuficientes. Desta forma a responsabilidade do educador é muito grande, pois é a partir do seu trabalho, da sua visão, da sua capacitação que pode determinar situações futuras que serão vividas por seus alunos.

O que não se pode permitir é educadores enganar-se achando que apenas colocando a tecnologia a favor do aluno de forma não significativa está promovendo mudanças reais na vida dele. O estudo, a informação, pode promover a mudança de paradigmas, mas se o educador se apossar realmente na reconstrução da sua forma de ver as novas tecnologias em sala de aula de forma planejada e significativa.

Não há mais a chance de o educador gastar sua energia aceitando as imposições dos pensadores de gabinete que apenas impõe situações de ensino aprendizagem na qual ele não acredita. É preciso que educadores levantem bandeiras e busquem a educação que faça sentido para ele e seus alunos.

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Como referenciar: "O capital humano da educação" em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 19/04/2024 às 07:55. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/textos/index.php?id=39