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Tecnologias da Informação e Comunicação no Ensino Superior: a Dependência que Faz Bem (página 4)

2.2 O PAPEL DAS (TICs) NO ENSINO SUPERIOR 
Hoje em dia, as tecnologias de informação e comunicação (TICs) representam uma forma determinante de processo de mudança social, surgindo como a trave-mestra de um novo tipo de sociedade, a sociedade da informação. (Coelho, 1996, p. 23).
    Para se contextualizar o papel das TICs no ensino superior é em primeiro lugar questionar qual é o papel do professor nesse contexto e como essas mesmas tecnologias influenciam sua prática pedagógica. Quanto ao papel do professor, Almeida (2005, p. 43) afirma:

O professor que atua nessa perspectiva tem uma intencionalidade como responsável pela aprendizagem de seus alunos, e esta constitui seu projeto de atuação, elaborado com vista a respeitar os diferentes estilos e ritmos de trabalho dos alunos (...) orientar o emprego de distintas tecnologias incorporadas aos projetos dos alunos, trazendo significativas contribuições à aprendizagem.
    Nota-se, portanto, que o foco recai sobre o sucesso dos acadêmicos, tendo como coadjuvantes as TICs, seguida do compromisso dos educadores. Quanto à questão da prática pedagógica dos professores Almeida (2005, p. 43) concorda que:

Essa prática pedagógica é uma forma de conceber educação que envolve o aluno, o professor, as tecnologias disponíveis (...) e todas as interações que se estabelecem nesse ambiente denominado ambiente de aprendizagem. Tudo isso implica um processo de investigação, representação, reflexão, descoberta e construção do conhecimento.

    Uma vez que o ponto de discussão em questão é o papel das TICs no Ensino Superior, salienta-se que principalmente nesse nível de ensino será o mesmo sem o uso das tecnologias. Sobretudo porque cada vez mais os gestos, atitudes e decisões cotidianas sofrem influências e permeiam as ações humanas e cotidianas. Alterações essas que são no contexto social, modo de vida, forma de relacionamento e o mais importante, de ensinar e aprender.

    O papel das tecnologias nesse sentido é fazer uma ponte entre o que é ensinado e o que é aprendido. Isso evidencia que a tecnologia é um conceito com múltiplos significados, que variam conforme o contexto, segundo Reis (1995, p. 20) "podendo ser vista como artefato, cultura, atividade com determinado objetivo, processo de criação, conhecimento sobre uma técnica e seus respectivos processos, etc."

    Acrescenta-se que as tecnologias da informação e da comunicação, mostram-se como um diferencial, algo a mais para impulsionar a abertura e a dinâmica educacional com o mundo.
   
Almeida (2005, p. 41) afirma:

O advento das tecnologias da informação e comunicação (TICs) resultante da junção entre informática e telecomunicações, gerou novos desafios e oportunidades para a incorporação de tecnologias na escola em relação a diferentes formas de representação e comunicação de ideias. A característica de propiciar a interação e a colaboração de conhecimento (...).

    De fato, o papel transformador das TICs está relacionado com esse ato transformador, pois mesmo se reconhecendo que elas são coadjuvantes, não se pode jamais delegara a elas em algum momento um papel secundário. Pois são elas que facilitam a vida de professores, permite acesso às informações, possibilitando o uso de novos recursos para que possam passar orientações adequadas e os universitários se apropriem desses conceitos, transformando-os em conhecimentos e significados.

Para Almeida (2005, p. 71),
com o uso das TICs e da internet, pode-se navegar livremente pelos hipertextos de forma não sequencial, sem uma trajetória predefinida, estabelecer múltiplas conexões, torna-se mais participativo, comunicativo e criativo.

     Acredita-se que essa afirmativa se aplica bem à clientela do ensino superior, quando os acadêmicos tomam consciência da dinamicidade que o uso das TICs proporcionam. Isso se deve ao fato de que as TICs trazem consigo uma série de fatores que permitem o desenvolvimento de diversas ações, como a seleção, recebimento e envio de informações sem perder de vista as ligações, conexões e ainda fazem refletir sobre todo o processo de desenvolvimento em conjunto, ou mesmo de forma isolada.

    Quando se ensina, na verdade cria-se, organiza-se situações de aprendizagens, cria-se possibilidades de novas descobertas. O professor associa as TICs a seus métodos e técnicas de ensino. Os acadêmicos as utilizam na e para a aprendizagem. O que é a aprendizagem, se não "um processo de construção do aluno?" (Almeida, 2005, p. 72).

     Entretanto, isso não significa que a tecnologia utilizada de qualquer forma, promova transformação na aprendizagem, ou seja, tem-se às vezes somente informações, pois para que aconteça o processo de construção de conhecimento com autonomia, é necessário que o professor abdique de sua posição de dono do saber e aceite com tranquilidade o acadêmico como alguém que tem conhecimentos a serem compartilhados.
O quesito tecnologia da informação e Comunicação (TICs) é, no momento, um ponto determinante e interessante no contexto educacional, quando muitos estudos apontam que esse é um caminho sem volta. Isso significa afirmar que nenhum professor usuário das TICs sobretudo e especialmente no Ensino Superior, deseja voltar aos tempos em que os recursos utilizados eram somente o quadro-de-giz, algum seriado, flip chart, cartaz, flanelógrafo, quadro-de-pregas, etc. Tem-se com e a partir das TICs um processo de ensino aprendizagem diferenciado, dinâmico, interativo e colaborativo que somente as tecnologias permitem e proporcionam.

     O que se discute, no entanto, é a necessidade da tecnologia, como afirma Costa (2012, p. 06) "não dá mais para pensarmos no mundo sem tecnologia". Isso se a aplica a todos os setores da sociedade e da Educação, e em especial no Ensino Superior.

     Pedró (2011, p. 42) apud Branco "um professor que não domina a tecnologia não é um bom docente". Isso não significa afirmar que esse docente não tenha ou não domine os conteúdos ou a classe. No entanto, isso ocorre devido à postura diferenciada assumida pelos acadêmicos, pois ficou para trás a passividade e torna e "torna-se coautor do seu processo de ensino e aprendizagem", (Rodrigues, 2012, p. 50), adotando uma postura mais ativa e protagonizando, junto com o professor, seu processo educativo.

    Para Gonçalves (2012, p. 52), "a tecnologia deve ser utilizada para mediar o processo de, porém, jamais se deve desenvolver o trabalho inteiramente baseado nela. As soluções estão nas cabeças, não nas máquinas. Mesmo que haja entre os professores a disseminação de computadores, internet, celulares, câmeras digitais, e-mails, mensagens instantâneas, banda larga (...) (Polato, 2009, p. 51). Ainda assim o ensino acontece quando há alguém que ensine e, consequentemente, alguém disposto, disponível e aberto a aprender.

     As TICs cumprem com louvor um importante papel no desenvolvimento de habilidades, levando em conta que a atualidade espera que educandos e educadores tenham e/ou desenvolvam competências, técnicas, métodos próprios que fiquem visíveis no decorrer de suas vidas acadêmicas e profissionais.

    Na afirmação de Carneiro (2010, p. 27), "hoje, a sociedade cobra a formação de um cidadão que tenha autonomia, discernimento e saiba buscar informações, criticá-las (...). Desse modo pode-se considerar que as inúmeras possibilidades das TICs estão sendo aplicadas e aproveitadas.

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Como referenciar: "Tecnologias da Informação e Comunicação no Ensino Superior: a Dependência que Faz Bem " em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 18/05/2024 às 22:32. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/tecnologias_da_informacao_e__comunicacao_/index.php?pagina=3