Os Desafios da Sustentabilidade e a Pluralidade Cultural (página 2)

A educação tem um papel importante na formação de cidadãos que sejam capazes de dialogar e construir possibilidades, alternativas para um mundo mais humanitário que tenha condições de derrubar os paradigmas que acompanham a modernidade principalmente numa sociedade capitalista. Surge então uma reflexão a respeito da educação ambiental como uma condição necessária para modificar o quadro crescente de degradação do meio ambiente. Educar para a cidadania é formar atores sociais que representem as possibilidades de mudança no desenvolvimento sustentável proposto. Através de uma educação ambiental pautada em princípios éticos que sensibilize a sociedade a cooperar.

O educador tem a função de mediador na construção de conhecimentos, por isso é uma peça importante para a formação no processo de desenvolvimento de uma prática social focada no conceito da natureza. É preciso que a educação ambiental conscientize, mude o comportamento e desenvolva a capacidade de avaliar dos educandos. E para isso faz-se necessário estimular a integração do homem e o meio ambiente com uma educação ambiental que seja crítica e contemple o formal e o informal, que seja atraente.

A educação para a cidadania representa a possibilidade de motivar e sensibilizar as pessoas para transformar as diversas formas de participação em potenciais caminhos de dinamização da sociedade e de concretização de uma proposta de sociabilidade baseada na educação para a participação. (JACOBI, 2003, p.199)

Por falta de meios que motivem e mobilizem e até mesmo, por conseqüência da deficiência na consciência ambiental, muitos não colaboram na defesa do meio ambiente. Somos os culpados pela degradação do meio ambiente não só pelo descontrole de nossas ações em busca de desenvolvimento, mas também pela ignorância que nos segue.  O plano de desenvolvimento sustentável é a ?redefinição das relações entre sociedade humana e natureza? (JACOBI, 2003, p. 195) através de práticas educativas que reforcem "um sentimento de co-responsabilidade e de constituição de valores éticos." (idem, p. 195).

A ética e a educação têm papel importante na formação de sujeitos capazes de realizar escolhas e responsabilizar-se por elas. Desta forma podemos definir o que é bom ou não, esse poder de decisão é um problema moral cuja solução cabe ao individuo, em cada caso particular. Nesse sentido a teoria influi no comportamento moral somente quando o sujeito que assim se comporta é responsável pelos seus atos, mas isto por sua vez, envolve o pressuposto de que pode escolher entre duas ou mais alternativas e agir de acordo com sua decisão.

A correlação entre ética e educação na sociedade brasileira significa pensar a sociedade como um todo e todos os seus espaços públicos como agentes de educação que devem ser livremente acessados pelos diferentes componentes da esfera pública da sociedade, de toda a sua diversidade.

Tanto a ética quanto a educação são componentes culturais e sociais que fazem presentes na vida do homem como ser social e constituem o que chamamos de mundo. Portanto, a educação é a base para construção de um comportamento ético na proporção em que é a única que possibilita desviar as paixões do controle da natureza para o controle da razão. A educação como dever ético é evidente em si. Sem ela não há vida política, não há o espaço da igualdade, nem o da gestão dos bens comuns.

Um dos desafios que encontramos na sociedade contemporânea é o de como educar para o respeito às diferenças e com respeito a todos os seres humanos, sem violência, essa questão é central para ética.

A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem em várias esferas: família, trabalho, escola, movimentos sociais, etc. A educação para a cidadania e os programas educacionais voltados para esse fim, pressupõe a crença na tolerância, a marca do bom senso, da razão e da civilidade que faz com que os homens possam se relacionar entre si. Pressupõe, também, a crença na possibilidade de formar este homem, ensinando a tolerância e a civilidade dentro do espaço e do tempo da escola. É preciso que os professores acreditem que é possível ensinar a virtude, que é possível ensinar cidadania. Não se pode ignorar que o professor, a escola e os profissionais que ali atuam detenham o poder de formar cidadãos. E, mais ainda, que os professores, mesmo sendo pessoas, quando no exercício público da razão, podem e devem ter uma responsabilidade ética pelo que ensinam, transmitem, opinam. Desde a antigüidade clássica, a idéia de educação implica a busca de uma ação moderada, menos corrompida, menos influenciada pelas paixões. Entretanto, hoje a educação foi quase inteiramente identificada com escolarização. Nesse sentido, podemos dizer que a tradição filosófica nos ensinou algo que talvez seja sábio recuperar: a ética se ensina permitindo o convívio entre os diferentes nos diferentes espaços públicos nos quais se possam expressar os valores e construir o bem comum.

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