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A Representação Social das Brincadeiras: a Visão do Professor (página 3)

Ao todo foram entregues seis questionários com sete questões cada um aos professores do turno vespertino, do total entregue foram devolvidos cinco com todas as questões respondidas.

Na pergunta de número um foi procurado explorar a opinião dos docentes a respeito da importância das brincadeiras no desenvolvimento (afetivo, cognitivo e psicomotor) das crianças. Nas respostas foi destacada a importância do brincar no desenvolvimento infantil de uma forma geral, além de citarem as brincadeiras como algo fundamental.

Na questão de número dois foi perguntado se o mesmo achava possível alcançar objetivos pedagógicos como valores, conteúdos, habilidades entre outros, através de brincadeiras. Das cinco respostas, quatro responderam que sim e justificaram a resposta. Apenas uma disse que sim, mas não justificou sua resposta.

Foi perguntado na terceira questão se já foi observado durante alguma brincadeira um atitude que serviu de base para elaboração de alguma atividade. Todas responderam sim e podemos enfatizar a resposta de F.C.O.J.A, que relatou algo que foi feito depois de uma observação:

"Sim. Observei em uma turma da pré-escola que as crianças brincavam de vender "coisas". Então surgiu a idéia de se montar um "supermercado" na sala. Pedi que as crianças levassem embalagens de produtos vazias e pude promovera associação entre objetos do cotidiano e sua escrita. "


Nem todas citaram uma atividade realizada após uma observação, porém não destacaram a possibilidade de que isso ocorra, pois as brincadeiras podem abrir espaço para que a criança demonstre aquilo que ela necessita, mas que não consegue expressar em palavras. 

A quarta questão foi de certa forma bem pessoal ao questionar quais eram as brincadeiras normalmente usadas para que os objetivos pedagógicos que o educador considera importante para sua turma fossem alcançados. Foram citadas várias atividades das quais podemos citar atividades que envolvam músicas, bingos, jogos com letras, palavras ou números, as que envolvam concentração e cooperação, amarelinha, jogo da memória, entre outras.

A quinta questão afirmava que brincar é algo assegurado por lei e foi perguntado se era do conhecimento a existência de alguma lei sobre isso. Todas responderam que sim, e citaram algumas como o artigo 227 da Constituição Federal, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) e as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil.

A penúltima pergunta pedia uma opinião pessoal sobre o que o educador considerava ser o lúdico. Nas respostas foram citadas diversas atividades como os jogos, músicas, brincadeiras que se unem ao ato de aprender.

A sétima e última pergunta pedia que se comentasse algo sobre as brincadeiras antigas e atuais e foi citada a cantiga de roda atirei o pau no gato como exemplo e abrindo espaço para que outras fossem lembradas e citadas. Das cinco respostas, três citaram as brincadeiras atuais como sendo atividades vazias, sem acréscimos positivos para a criança e que muitas estimulam o individualismo, afastando a criança de grupos.
Vemos que existe nas educadoras a preocupação de que as crianças participem de brincadeiras significativas e brinquem em grupos, pois é um fator importante para a socialização.

As outras duas respostas ressaltaram a importância das brincadeiras antigas e atuais. E em destaque duas diferentes opiniões sobre brincadeiras antigas e atuais, a primeira da educadora R.B.S e a segunda da educadora K.R.B:

"As brincadeiras antigas resgatam valores e contém conteúdos positivos. As brincadeiras atuais são vazias com poucos acréscimos positivos. "

" Valorizo tanto as brincadeiras antigas como atuais e procuro interpreta-las cuidando para que a brincadeira não seja feita sem objetivo ou sem significado."

Através dos questionários se pode observar diferentes opiniões sobre atividades lúdicas, é claro que uma mesma brincadeira pode servir para se alcançar diferentes objetivos dependendo da intenção do educador. Entretanto nas diferentes respostas, pode-se notar a preocupação de se utilizar o lúdico com um recurso pedagógico sem que o mesmo perca sua maior e talvez melhor definição de algo divertido e prazeroso.

REFERENCIAS

ANTUNES, Celso. O jogo e a educação infantil: falar, e dizer, olhar e ver, escutar e ouvir, fascículo 15. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2007.
BORBA, Angela Meyer. O brincar como um modo de ser e estar no mundo: IN BRASIL.MEC.SEB.Ensino Fundamental de 9 anos: Orientações para a inclusão da criança de seis anos de idade. MEC: Brasília, 2006.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Estatuto da Criança e do Adolescente. Brasília, 2005.
BRASIL.Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil / Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. Brasília. MEC / SEF, 1998. Volume 1.
BRASIL.Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil / Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. Brasília. MEC / SEF, 1998. Volume 2.
FRIEDMANN, Adriana. Brincar: crescer e aprender-o resgate do jogo infantil. São Paulo: Moderna, 1996.
GARDNER, Howard. A criança pré-escolar: como pensa e como a escola pode ensiná-la. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.
REDIN, Euclides. O espaço e o tempo da criança: se der tempo a gente brinca. Porto Alegre: Editora Mediação, 1998.
RIZZI, Leonor; HAYDT, Regina. Atividades lúdicas na educação da criança: Subsidios práticos para o trabalho na pré-escola e nas séries iniciais do 1º grau. São Paulo: Editora Ática, 2002.
SESC. Módulo de Educação e Cultura-MEC. Disponível em: http://www.sescdf.com.br. Acessado em: 20/10/2009 as 23h16.

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Como referenciar: "A Representação Social das Brincadeiras: a Visão do Professor" em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 10/05/2024 às 11:24. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/representacaosocialdasbrincadeiras/index.php?pagina=2