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Orientação Educacional e os Perigos da Internet e Meios Eletrônicos na Infância (página 2)


2. Desenvolvimento

"A internet é uma ferramenta e devemos usá-la e não ser usados por ela" (Datti 2019).

2.1    O papel do Orientador Educacional frente ao questionando do uso dos meios eletrônicos e a internet, bem como mídias sociais e jogos eletrônicos pelas crianças.

O Orientador Educacional faz parte da gestão escolar juntamente com o Diretor, Supervisor  Educacional e Coordenador Pedagógico. Este profissional na escola é o principal responsável pelo desenvolvimento pessoal de cada aluno, dando suporte a sua formação integral  como cidadão, procurando refletir sobre valores morais e éticos e a resolução de conflitos. Também ajuda os professores a lidarem com os alunos que apresentam dificuldade de aprendizagem e faz a ponte entre alunos, professores e pais. Assim o Orientador Educacional zela pela formação dos alunos como cidadãos, ajuda os professores a compreenderem os comportamentos dos mesmos e cuida das relações da escola com a família. O Orientador Educacional também tem a função de colaborar na elaboração e desenvolvimento do Projeto Político Pedagógico da escola, ouvindo e dialogando com os participantes deste processo. Nos dias atuais um dos grandes desafios para o Orientador Educacional é fazer com os pais de alunos ou seus responsáveis se interessem pela educação de seus filhos, pois, de acordo com educadores que pesquisam sobre o assunto, quanto mais presente os mesmos estiverem melhor será a aprendizagem dos alunos. Mas, para que isso aconteça é preciso que a escola através da gestão escolar acolha a familia para que participem das decisões que são tomadas na escola, partindo sempre da realidade dos estudantes, planejando intervenções adequadas para cada situação, levando-se em consideração que uma família é diferente de outra.

Na escola o orientador educacional possui a função de orientar de forma democrática, pedagógica e social os melhores rumos para a educação. Cabe principalmente ao orientador educacional, mostrar diretrizes, apontar perspectivas, dentro do contexto escolar. Vivemos um sério problema no século XXI, não só relacionado com vícios, mas com outros inúmeros problemas. Cabe ao orientador educacional administrar esses problemas para tentar reduzi-los ao máximo. Pois a internet é uma ferramenta e devemos usá-la e não ser usados por ela. Hoje em dia muitas escolas, principalmente da rede pública não contam com o profissional Orientador Educacional, sendo o mesmo substituído pelo coordenador pedagógico ou mesmo pelo diretor da escola. A grande diferença entre os mesmos é que nem sempre os substitutos foram preparados para agirem dentro do que é solicitado pelo cargo.

Acreditamos que o trabalho da orientação educacional em conjunto com outros profissionais sobre o uso demasiado envolvendo os problemas da internet sejam campanhas, orientações em classe promovendo diálogos sobre o tema a exemplo do grande Paulo Freire, pois só através do diálogo é que conseguimos enxergar a realidade. Os projetos para a prevenção dos males da internet envolvem todo o núcleo pedagógico e todo um diálogo sobre o lado comercial e perigoso que a internet tem.

"A internet tem um lado comercial totalmente sem ética e sem escrúpulos" (Chacon 2019).

O Orientador Educacional poderá também elaborar projetos para serem trabalhados com professores, funcionários e pais de alunos, e nos encontros poderão ser tratados os assuntos abaixo:

2.1.1 Principais funções das brincadeiras infantis e a importância da criança brincar e se afastar dos meios eletrônicos.

De acordo com a pedagogia, os principais benefícios das brincadeiras infantis envolvendo brinquedos e brincadeiras apropriadas são: Aprendizado; interação; concentração; solucionar problemas; desenvolvimento de noções de espaço, tempo, formas, cores e tamanhos; noções de respeito; organização, afetividade; sexualidade; bom senso; lógica matemática; coordenação motora; audição; fala; olhar; musicalidade; reflexão; habilidades com elementos diferentes; comportamento social e em grupo; linguística; autoconhecimento; disciplina. 

Para John Dewey (1859 – 1952) o desenvolvimento da criança acontece através do raciocínio lógico e do espírito crítico.

Já Paulo Freire (1921 – 1997) defendia que a educação se faz através da participação, do diálogo, da colaboração, do questionamento e do envolvimento social.

Immanuel Kant (1724 – 1804) enfatiza o estímulo da moral, da virtude como meio para a educação e para a formação do indivíduo.

Jean Piaget (1896 – 1980) dizia que é através do movimento e da participação, que a criança desenvolve-se fisicamente e intelectualmente. Para Piaget o desenvolvimento acontece entre o meio e o indivíduo (teoria epistemológica), Piaget dividiu o desenvolvimento infantil em períodos:

- Período Simbólico: (2 aos 4 anos): surgimento da linguagem.                                            - Período Operatório Concreto: (7 aos 11): argumento, questionamento.                    
- Período Operatório Abstrato: (11 anos em diante): pensamento lógico matemático.  
 
Piaget desenvolveu a Teoria Cognitiva e apresentou três formas básicas de desenvolvimento nas crianças através de jogos e brincadeiras infantis:
• Jogos sensoriais motores: envolvem corpo em movimento; percepção, exploração do mundo e da realidade por meio dos sentidos. Desenvolvimento da tonicidade e controle da postura bípede, etc.

• Jogo simbólico: noção de corpo, espaço, tempo e desenvolvimento dos hemisférios cerebrais.
• Jogos de regras: estabelecimento da lateralidade, coordenação motora fina e global; etc.

Maria Montessori (1870-1952) dizia que a criança se desenvolve através da atenção, da escolha, da colaboração e da participação.                                                                  

Lev S. Vygotsky (1896-1934) salienta que a formação do indivíduo se dá através da participação social.  

Henri Paul Hyacinthe Wallon (1879-1962) desenvolveu seus estudos e relacionou o desenvolvimento infantil em estágios:

- Impulsivo emocional: do nascimento até o primeiro ano de vida.                            
- Estágio sensório-motor e projetivo: dos três meses até o terceiro ano de vida, onde a criança desenvolve a inteligência prática e cognitiva.
- Estágio do personalismo dos três anos aos seis, onde a criança tem um estágio crucial para a formação da sua personalidade.                                                                  
- Estágio categorial, entre o seis aos onze anos de idade, onde a criança desenvolve sua atenção e raciocínio.                                                                                                  
- Estágio da adolescência, a partir dos onze, a criança desenvolve a afetividade e tem o corpo transformado devido a parte hormonal.

O professor Valdemar Setzer, titular aposentado do Departamento de Ciência da Computação do Instituto de Matemática e Estatística (IME) da USP, chama a atenção de pais e professores: "Deixe as crianças serem infantis: não lhes deem acesso à TV, jogos eletrônicos, computadores e internet". (Setzer 2008).
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Como referenciar: "Orientação Educacional e os Perigos da Internet e Meios Eletrônicos na Infância" em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 18/05/2024 às 12:18. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/perigos_internet/index.php?pagina=1