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O Estudo das Plantas: Como Ensinar de Forma Lúdica o Processo da Fotossíntese. (página 2)

MARCO TEÓRICO

Assumimos a teoria de Célestin Freinet para discutir o estudo das plantas no processo de fotossíntese nas turmas de ensino fundamental, estabelecendo uma reflexão sobre as metodologias mais utilizadas pelos docentes no estudo da fotossíntese.
Portanto, com tantos agentes envolvidos, é possível pensar em um compendio de práticas pedagógicas, que merecem ser valorizadas, se tornando o primeiro passo para que os estudos sobre biologia sejam otimizados. Apesar de existir uma grande variação nas formas de trabalhar assuntos que englobam o meio ambiente nas séries iniciais se percebe a grande dificuldade de relacionar práticas de ensino visando não apenas a quantidade de conteúdo trabalhado no cotidiano da criança em sala de aula, mas como melhorar esse processo de forma qualitativa, fazendo uma reflexão sobre a dinâmica do educando trabalhando também fora do contexto escolar.

Uma das principais características de sua primorosa pedagogia de Freinet era seu hábito de anotar o comportamento dos alunos, hábito esse que otimizado no campo da educação infantil área em ele atuou. BORGES, 2222, p. 4:

Celestin Freinet desenvolveu uma proposta pedagógica centrada na observaçlão cuidadosa da natureza, e nas necessidades e interesses das crianças. Para ele, a pedagogia distanciou-se demasiadamente das necessidades básicas dos seres humanos e fundamenta-se nas leis validas apenas na escola e nenhum outro lugar ou em nenhuma outra atividade humana.

A preocupação de Freinet em orquestrar uma pedagogia mais humana revelada, em uma metodologia de ensino inovadora, representada pelas aulas-passeio, trata-se de um momento precioso uma vez que ocorre a interação entre aluno e professor contribuído para o aprendizado mais amplo, de forma a promover o desenvolvimento tanto do campo cognitivo quanto do campo social. Uma vez que o educando tem a oportunidade de observar, refletir e problematizar, com isso, é estimulado a todo o momento a buscarem de forma autônoma o conhecimento. Durante esse processo ocorre um dialogo reflexivo permanente entre aluno e professor, fundamentando um intercâmbio de ideias de forma sistemática.

Baseado nesse contexto, para Freinet era fundamental que o professor cultivasse uma sensibilidade profunda para observar as necessidades cognitivas de seus alunos, uma vez que, o conhecimento de mundo do educando serve de matéria prima para novos aprendizados, o docente também deve dedicar uma especial atenção para o contexto social das crianças, articulando os conteúdos abordados em sala de aula com o ambiente do qual aluno convive a fim de que os mesmos deixem de memorizar conceitos superficiais e passem a questionar criticamente os tópicos científicos a eles apresentados. Se tornando indivíduos ativos e não mais passiveis do processo de aprendizagem, isso só é possível se houver uma harmonia entre teoria e prática revelada em uma práxis consistente.

Contudo, sabemos que existe um verdadeiro universo de estudos voltados para a relação do homem com a natureza. Porém podemos dar destaque resaltando que os aspectos lúdicos no que se refere as metodologia de ensino, conceituamos que as práxis pedagógicas necessitam que os docentes utilize de recursos didático-lúdico-pedagógico de qualidade com qualidade nas metodologias de ensino-aprendizagem não somente em ciências, mas em todas as disciplinas trabalhadas com as crianças no fundamental menor ao maior para aperfeiçoar os conhecimentos pré-estabelecidos facilitando a aprendizagem significativa do alunado.

Coloquem essa criança num meio vivo(...) com a possibilidade de se entregar às atividades que fazem parte de sua natureza. Então às refeições ou antes delas, estará esfomeada. O problema da alimentação mudará de sentido e de espírito, já não será preciso você empurrar à força uma sopa recusada de antemão, mas sim somente fornecer os materiais suficientes e válidos, os processos de deglutição e de digestão já não serão problema seu (Freinet, p. 19, 2004)

Freinet, em seu livro A pedagogia do bom senso, nos alerta para a importância de despertar no aluno, o desejo de aprender. Esse objetivo só é alcançado quando o contexto social do aluno é valorizado. É muito comum nas salas de aula, a utilização de um ensino tecnicista, ou seja, que pouco estimula a reflexão no educando. Logo, esse último necessita decorar uma série de conteúdos que não possuem um sentido para o mesmo, uma vez que são distantes de sua realidade, revelando aspectos de uma educação bancária. Esse contexto, se torna ainda mais preocupante, quando o encaixamos no campo das ciências biológicas, das quais introduzem a equivocada ideia de que apenas termos científicos devem ser apresentados aos alunos. A concepção humanista nos revela que é possível estabelecer um equilíbrio entre os conceitos científicos e os saberes culturais e sociais dos alunos.

Você também recebe as crianças, curiosas e saltitantes, cândidas e audaciosas diante do mundo; você as enfia no molde de suas séries, encerre-as em cercados, racionaliza seus gestos e atitudes, e às vezes parece surpreendido por elas saírem desses moldes como peças intercambiáveis, mecanismos bem regulados para entrarem, amanhã, na corrente, cabeça baixa(...) prontas a obedecerem ao pastor que se impôs pelo chicote e pelos cães (Freinet, p. 29, 2004)

Portanto, as práticas de ensino voltadas para uma pedagogia ainda ultrapassada, devem ser abandonadas. Uma vez que é fundamental que a autonomia do aluno seja desenvolvida, e essa preocupação no campo da biologia, deve ser ainda mais destacada, pois os aspectos ambientais devem ser problematizados e refletidos, por isso, a autonomia do aluno deve ser a todo o momento, ampliada e praticada. Os contextos ambientais não podem ser expostos de forma superficial, os alunos necessitam conhecer o meio ambiente, atuando como um ser ativo, capaz de buscar com autonomia e diálogo, a construção da reflexão, podendo, assim, absorver os conhecimentos de forma plena se tornando indivíduos sociais e reflexivos.

cada vez mais a formação verdadeira da criança, sua adaptação, a um mundo evoluído, é praticada fora da escola. Pois a escola não satisfaz a formação integral do indivíduo na medida em que se apresenta desvinculada do objetivo educacional: fazer com que as crianças desenvolvam ao máximo a sua personalidade no seio de uma "comunidade racional" (...) a formação da criança deve ser uma formação que lhe proporcione uma reflexão crítica diante dos problemas sociais e não uma formação passiva(...) (Arce, p. 90, 2008).

É muito comum que nas salas de aula, os conhecimentos prévios dos alunos, não sejam relevantes para o professor. Esse último acaba por orquestrar mecanismos pedagógicos, baseados em um padrão de qualidade no que se refere ao desempenho da turma, que ocasiona a segregação de alunos que possuam um desenvolvimento cognitivo diferenciado dos demais. É fundamental levar em consideração, de acordo com a pedagogia de Freinet, que as aulas necessitam ser delimitadas a partir dos conhecimentos já cultivados no campo cognitivo dos educandos, ou seja, cada aluno possui um modo diferenciado de aprender, que exige que sua autonomia seja cultivada ao se apresentar aos educandos mecanismos que estimulem os seus instrumentos cognitivos e sociais, como os ambientes exteriores à escola, que são fundamentais para ampliar os sentidos, a observação e a participação do aluno.

Logo, a partir do momento em que o educando possui o seu interesse pela aula despertado, ele mesmo atua como um agente em seu processo de aprendizado. Encontrando na figura do professor um facilitador da aprendizagem, uma fonte de troca de ideias e questionamentos, importantes para maturar os seus conhecimentos, esses últimos, embalados por meio de registros, que podem ser escritos ou desenhados. A partir das ideias pedagógicas de Freinet, é possível pensarmos em um ensino voltado para a biologia voltado para o aspecto não apenas científico, mas também cultural do indivíduo.
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Como referenciar: "O Estudo das Plantas: Como Ensinar de Forma Lúdica o Processo da Fotossíntese. " em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 23/04/2024 às 10:30. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/o_estudo_das_plantas/index.php?pagina=1