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A Importância dos Jogos na Produção de Texto (página 2)



1. Histórico dos jogos pedagógicos

Desde o princípio da educação greco-romana, embasadas nas teorias de Platão e Aristóteles, utilizava-se o brinquedo na educação, associando a ideia de estudo ligado ao prazer. Platão frisava a importância de se aprender brincando, enquanto Aristóteles acreditava que a criança aprendia através das imitações que faziam dos adultos, principalmente nas brincadeiras de faz-de-conta.

O jogo surgiu no século XVI, e que os primeiros estudos foram em Roma e Grécia com propósito de ensinar letras.. Com o início do cristianismo, o interesse decresceu, pois tinham um propósito de uma educação disciplinadora, de memorização e obediência.

Antes da ruptura do pensamento romântico, a brincadeira era apenas considerada como fuga e recreação, sem nenhum valor em si. A partir dos trabalhos de Comenius (1593), Rousseau (1972) e Pestalozzi (1746) surgiu o "sentimento de infância", passando a respeitar a criança e suas particularidades, elaborando métodos próprios e peculiares para sua educação. Destes estudos e teorias, surgiram propostas educativas baseadas nos brinquedos e sua significação.

Segundo Ariés (1978), os jogos e a educação se identificaram, principalmente após o século XVII, tais mudanças foram geradas pela preocupação com a moral, saúde e o bem comum, cujos investimentos educacionais apareciam como a cura de todos os males sociais. A partir do século XVIII e início do XIX, devido à produção burguesa, Revolução Industrial, domínio tecnológico e mudanças de concepção de vida, visando apenas o bem estar social, o lúdico foi retirado do cotidiano do adulto e passou a fazer parte apenas das vivências infantis.

As mudanças se perpetuaram, e, no início do século XIX, o brincar passou a ser uma atividade solitária com a criação dos brinquedos industrializados, neste período a atividade lúdica no ambiente escolar foi didatizada de maneira errônea e forçada. Apenas no século XX, a Psicologia Infantil alicerçou debates, estudos científicos, pesquisas sobre a importância do brincar para o desenvolvimento físico, social, emocional e cognitivo.

Ao iniciarmos o século XXI, devido à globalização, ao crescimento das cidades, aumento consumista dos jogos industrializados e excesso de conteúdos dados nas escolas, foi necessária a criação de um novo modelo de brincar, tendo, como base, maior flexibilidade, individualidade e criatividade. Consequentemente as características e necessidades lúdicas foram modificadas, fazendo com que na atualidade, a ludicidade seja analisada, gerando uma maior preocupação com o brincar nos âmbitos sociais e culturais.

2. A importância dos jogos nas séries iniciais

Vivemos em uma época de muitos brinquedos e poucas brincadeiras, mais tecnologia menos diálogo ou troca, mais competitividade e menos altruísmo, estamos perdendo nossa cultura lúdica, social e educativa.

"Pode ocorrer aprendizagem sem professor, sem livro, sem escola e sem uma porção de outros recursos, mas mesmo que existam todos recursos favoráveis, se não houver motivação não haverá aprendizagem." (Piletti 2004, p.63)
 
Nesta perspectiva percebemos que prender a atenção dos alunos é um desafio, que necessita de muita paciência, dedicação, estudo e esforço para ser alcançado. A criança nasce sem regras preestabelecidas, sendo natural ao adulto impor as regras, sem muitas vezes uma reflexão das consequências e danos causados por ela. A necessidade de descobrir de maneira arbitrária é inata ao que está ao redor, isso também se associa a jogos, brinquedos e brincadeiras.

Jogos e brincadeiras auxiliam na integração social e são de suma importância no processo de aprendizagem, pois é através do lúdico que a criança desempenha suas funções e rompe barreiras com mais facilidade. Os jogos precisam estar integrados no processo pedagógico, mas devem ser livres, atrativos e interessantes.

Muitos educadores entendem que o brincar são jogos reproduzidos, sem desafios, com regras fechadas e respostas prontas; totalmente contrário do que deveria ser.

Segundo Andrade (2001) deve haver mais informações sobre o brincar, sabemos que há muita vontade, mas pouco esforço, muitas teorias e pouca prática, muitos estudos e poucas mudanças. Professores das séries iniciais que utilizam jogos para promover o aprendizado, alcançam retorno satisfatório com relação à aprendizagem e superação de dificuldades.

Lima (2010, p.1) defende que, ao criarmos uma clima de abertura e animação, faremos com que o aluno ame o conhecimento. O sucesso é um poderoso motivador, ao ensinarmos através da experiência prática, faremos com que os discentes sintam prazer em aprender. Alguns educadores usam como forma pedagógica o uso de recompensas e punições, os mesmos têm efeito na medida em que estão presentes, mas depois que desaparecem, o jogo deve ser cooperativo, formar conceitos, reforça habilidades, estabelecer relações lógicas, além de desenvolver a expressão corporal.

A aprendizagem significativa é primordial. Ellen G White em seu livro Fundamentos da Educação Cristã (2008, p. 5) afirma que "O máximo cuidado deve ser tomado na educação da juventude, para diversificar de tal maneira a instrução que desperte as mais nobres e elevadas faculdades da mente".

Deste modo, podemos concluir que cabe ao docente procurar recursos para explorar o lúdico em sala de aula, buscando estruturas, habilidades, equilíbrio emocional e intelectualidade.

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Como referenciar: "A Importância dos Jogos na Produção de Texto" em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 16/04/2024 às 11:09. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/jogostexto/index.php?pagina=1