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Gestão Dos Espaços Educativos: Desenvolvimento Psico-Emocional

Autor: Bernadete Hister
Data: 04/11/2008

RESUMO
O presente artigo tem como objetivo maior, a análise de algumas questões concernentes às dinâmicas e mudanças ocorridas em sociedade escolar. O parecer de Freire e as práticas pedagógicas aplicadas no dia-a-dia com nossos educandos.

Palavras-chave: Conhecimento, aprendizagem, desenvolvimento, avaliação e ensinar.
 

TEORIA E PRÁTICA DA DOCÊNCIA

Vivemos em outro tempo, com exemplos diversos dos que vivenciamos. A educação não só retrata e reproduz a sociedade, mas também projeta a sociedade desejada; assim, o homem, na busca incessante pelo conhecimento, está cada dia mais a mercê da tecnologia.

Porém, nos deparamos com diferentes realidades; mas é  preciso  saber a realidade social, que por vezes é muito mais complexa do que se imagina, e as dificuldades de se  trabalhar com as  tecnologias de informação e de comunicação são ainda maiores na prática pedagógica. Fica assim evidente que, mesmo havendo vontade de aprender (aluno) e qualidade no material e apoio (instituição / professor), é viável considerarmos as dificuldades para que essa transferência de conhecimento aconteça.  

Enquanto prática pedagógica, a educação tem, historicamente, o desafio de responder às demandas que os contextos lhes colocam. Paulo Freire afirma que a teoria não dita à prática; em vez disso, ela serve  para manter a prática ao nosso alcance de forma a mediar e compreender de maneira crítica o tipo de práxis necessária em um ambiente específico, em um momento particular.

Portanto, o exercício da docência, enquanto ação transformadora que se renova tanto na teoria quanto na prática, requer necessariamente o desenvolvimento dessa consciência crítica. E neste sentido, podemos dizer que o exercício da ação docente requer preparo. Segundo Freire, "Saber ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção".

Entre as competências que um professor antenado com seu mundo deve apresentar, entre outras, a competência teórica, a aplicada, a Institucional e a afetiva. Não basta apenas saber. O verdadeiro professor precisa saber: para que ensinar, o que ensinar e como ensinar. É preciso usar esse saber de forma significativa para o aluno; Preparo que não se esgota nos cursos de formação, mas, para o qual há uma contribuição específica enquanto formação teórica.

[...] Não somos apenas objeto da História, mas seus sujeitos igualmente. A partir deste saber fundamental: mudar é difícil, mas é possível, que vamos programar nossa ação político-pedagógico. (FREIRE, 1997, pg. 89).

Portanto, analisando a formação docente, a partir de um contexto de práxis, na perspectiva da construção de novos conhecimentos, que não se limitam ao momento da formação inicial, mas principalmente, estende-se por todo percurso profissional do professor, podemos assim dizer, que a tríade: formador, formando e conhecimento se faz mediante uma relação dialética, sendo esta uma característica necessária à realização da práxis. Neste sentido, a nosso ver, o ato de ensinar descontextualizado da práxis não transforma. Assim, concordamos com Freire, quando diz: "[...] ensinar não é só transferir conhecimentos; Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender. "

A formação de um aluno é muito mais que treinar e depositar simplesmente conhecimentos.

Educar é segundo Freire (1979), completar, porque o homem é ser inacabado, que sabe disso e por isso se educa. O saber se faz através de uma superação constante, por isso não pode o professor se colocar na posição do ser superior que ensina um grupo de ignorantes, mas sim na posição humilde daquele que comunica um saber relativo (é preciso saber reconhecer quando os educandos sabem mais e fizer com que eles também saibam com humildade).

Há tempos remotos, filósofos, médicos, linguistas e outros pensadores do passado, foram atraídos pela natureza da criança. O filosofo francês Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), considerado o "descobridor da criança", foi o verdadeiro iniciador dos estudos do desenvolvimento.

Em 1762, publica um livro onde descreve uma criança imaginária, o seu desenvolvimento desde o nascimento à puberdade. Dessa maneira, procura descobrir como a natureza leva uma criança a desenvolver-se "em suas faculdades e em seus órgãos". Rousseau cogita, pela primeira vez, a necessidade de "estudar a criança antes de querer educá-la".

Até o século XVII, a criança era considerada um ser igual ao adulto, apenas menor. A criança era tida como um adulto em miniatura, que se esperava interesse e comportamento semelhante ao de um adulto, onde os meninos vestem-se igual ao pai e as meninas iguais à mãe, com cabeleira e salto alto.

Segundo Wallon (1975) a criança é essencialmente emocional no início de sua existência e vai, gradualmente, se constituindo num ser sócio-cognitivo ao construir, paulatinamente, uma visão única e particular de sua existência.

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Como referenciar: "Gestão Dos Espaços Educativos: Desenvolvimento Psico-Emocional" em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 20/04/2024 às 03:19. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/espacoseducativos/