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A Incerteza de uma Escola Pós-Moderna

Autor: Salatiel da Rocha Gomes
Data: 27/01/2012

Resumo

Trata-se de um artigo que vem refletir a despeito da escola, necessariamente sobre sua função social e cultural. Com o advento da pós-modernidade, principalmente com  o surgimento da tecnologia que atua cada vez mais intenso. Essa alteração introduziu uma série de questionamentos sobre a escola, tais como: A escola vai conseguir acompanhar a evolução tecnológica  Os professores estarão capacitados para esse novo tempo? O que a escola vai oferecer de novo em seus currículos? Tais indagações nos levam a pensá-la como uma instituição que precisa em caráter urgente de ser repensada, em todos os âmbitos: pedagógico, administrativo e político. Este artigo é orientado à luz de alguns teóricos, tais como: Morin, Candau, Saviani e Libâneo. Escolheu-se tais autores devido a leitura crítica que os mesmos fazem sobre a escola, tendo um pensamento global de que é necessário efetuar uma mudança para continuar.


Introdução

A escola ainda hoje é tida como o lugar onde se propaga o conhecimento, e através dele, transformando a realidade e gerando cidadãos críticos e conscientes de seu papel dentro da sociedade. Dentro desse enfoque, podemos destacar a escola como espaço de conhecimento, como instituição que deve estar concatenada aos programas de responsabilidade social e também em possibilitar, através da leitura de mundo dos alunos, uma aproximidade do currículo escolar à sua necessidade.

Nesse estudo, foca-se a relacao da escola e seus desafios frente a pós - modernidade.

É um tema complexo, instigante e merecedor de muitos debates, tanto dos lugares acadêmicos quanto nas escolas.

 

Escola: A questão dos professores e sua formação

"Hoy la escuela enseña contenidos del siglo XIX, con profesores del siglo XX, a alumnos del siglo XXI" ( Ignácio Pozo)


Morin (2000) entende que a educação precisa promover a reforma do pensamento e que para gerar um novo modo de pensar seria preciso tê-lo ativo em si próprio, a partir de si, e não apenas de saber o teórico e racionalmente, intelectualmente; seria fundamental pensar o novo e pensar de modo novo para o estimular-ensinar-disseminar.

Para Libâneo  (2001) o professor é um profissional cuja especificidade é a arte de ensinar. A formação inicial é um momento privilegiado para aprender um conjunto de habilidades, conhecimentos e requisitos que são essenciais para o exercício de sua função.

Dentro do processo de formação docente, pensamos atualmente em sua continuação, ou seja, formação continuada. Tal constructo educacional nos remete a pensamento de várias situações. Todos devem ter formação continuada? Será que não é mais um programa falido? Vale a pena investir ? O professor está preparado? Onde deve acontecer? Tais indagações surgem quando pensamos em "formação continuada".

Acreditamos que é importante sim, na medida que é feita ou realizada de maneira responsável, séria e fidedigna.

A formação continuada traz no bojo de sua essência a atualização dos conhecimentos pedagógicos, as novas metodologias, as tecnologias, isso deve ser compartilhado e ensinado aos professores. Outrossim, é dever do professor procurar essa novo conhecimento, que está em todo lugar e o professor precisa contextualizar-se, não esperar somente que a escola ofereça o curso a ele. A procura parte de cada docente, isso em quaisquer profissão.

Aceitamos que o tempo de fazer terá de preceder o tempo de aprender, de qualificar-se para intervir com qualidade. Sempre nos disseram que o domínio da teoria precede à prática ( ARROYO, 1999, P.146).

Candau, uma das pesquisadoras mais conhecidas no Brasil na questão da Didática e ensino, nos alerta quanto à formação docente que :

O lócus da formação a ser privilegiado é própria escola; isto é, é preciso deslocar o lócus de formação continuada de professores da universidade para a própria escola de primeiro e segundo graus. ( CANDAU, 1997, p. 56 ).

Nesse mesmo sentido, Zeichner, entende que nenhuma formação docente, por mais completa que seja, terá sempre fissuras, que será preenchida com a reflexão da própria prática, e que no decorrer do percurso da docência, estará firmando o seu fazer pedagógico

"Existe una opinión generalizada de que ningún programa de formación de profesores, cualquiera sea su orientación e independientemente de su calidad, puede proporcionar una formación completa sin fisura alguna. Siendo esto así, es esencial que cada experiencia dentro de la etapa inicial sirva para enriquecer más que para impedir la capacidad del desarrollo ulterior" (  Zeichner, 1987: 166)  
                                                    

Paulo Freire ( 1985) explica que "Ninguém começa a ser educador numa certa terça-feira às quatro horas da tarde. Ninguém nasce educador ou marcado para ser educador. A gente se faz educador, a gente se forma, como educador, permanentemente, na prática e na reflexão sobre a prática".

É necessário também que se pense no bombardeio que está sendo a pós-modernidade nos dias atuais. A evolução está acontecendo de forma tão rápida que a sociedade, incluindo a escola, não consegue acompanhá-la.

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Como referenciar: "A Incerteza de uma Escola Pós-Moderna" em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 02/05/2024 às 23:38. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/escolaposmoderna/