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Psicopedagogia: Um Novo Olhar Frente à Disortografia

Autor: Tatiana dos Reis Silveira
Data: 31/01/2013

RESUMO

Constatam-se atualmente inúmeros transtornos de aprendizagem que compreendem uma inaptidão específica, como de leitura, escrita ou matemática, em sujeitos que manifestam resultados significativamente abaixo do esperado para seu nível de escolaridade e potencial intelectual. Assim, o presente trabalho apresenta de forma mais expressiva a Disortografia ou Transtorno específico da escrita, que se refere apenas à ortografia, gramática e caligrafia, na ausência de outras dificuldades.

Palavras-Chave: Dificuldades de Aprendizagem - Disortografia - Escrita


ABSTRACT

Nowadays we can verify many learning disorders which comprises a specific disability, such as reading, writing or math, in subjects who show significantly results lower than the expected for the standard level of education and intellectual potential.Thus, this paper presents a dysorthographia context, the specific disorder of writing, which only refers to spelling, grammar and handwriting, in the absence of other difficulties besides of writing.
Keywords: dysorthographia - Writing - Learning


INTRODUÇÃO

Os Transtornos de Aprendizagem (TA) podem acontecer no âmbito da leitura, indicando-se por dificuldades específicas em compreender palavras escritas, intitulado como Dislexia; no âmbito da escrita, onde se percebe inabilidades quanto à ortografia, caligrafia e capacidade em produzir textos, o que se identifica quadros como Disgrafia ou Disortografia; no âmbito da matemática, quando se depara com dificuldades específicas em manejar números, aquisição de conceitos matemáticos e limitações quanto ao pensamento lógico-matemático, caracterizando-se a Discalculia. Este trabalho abordará a temática dos Transtornos de Aprendizagem, aprofundando-se no estudo da Disortografia.

Observa-se que a grande maioria dos indivíduos com dificuldades de aprendizagem melhoram significativamente na proporção que crescem. Em alguns, as dificuldades resolvem-se completamente, enquanto em outros persistem no decorrer da vida com certo nível de dificuldade em uma área específica: leitura, escrita ou matemática.

Em geral, até o 3º ano (2ª série) é comum que o aluno faça confusões ortográficas ao escrever, pois a relação fonema (som) grafema (letra) pode estar ainda em fase de consolidação. Entretanto, se as trocas persistirem, é relevante a avaliação, pois pode tratar-se de um transtorno específico de escrita.

Assim sendo, neste trabalho serão destacados quadros específicos de Disortografia apresentando: definição e conceitos, características, tipologias e estratégias eficazes no ambiente escolar, garantindo o aprender.

1 TERMINOLOGIAS DAS ALTERAÇÕES DE APRENDIZAGEM

As terminologias usuais para definir alterações de aprendizagem têm sido manejadas de forma aleatória para conceituar quadros de diferentes diagnósticos. Alguns utilizam o termo distúrbio de aprendizagem (DA), enquanto outros defendem o termo transtorno de aprendizagem (TA), há também aqueles que fazem uso do termo problemas de aprendizagem (PA). Para certos autores, é evidente a distinção feita entre os termos dificuldades e distúrbios de aprendizagem. Está distinção está baseada na concepção de que o termo dificuldade está relacionado a problemas de ordem psicopedagógica e/ou sócio - culturais. Já o termo distúrbio é vinculado ao aluno, na medida em que sugere a existência do comprometimento neurológico em funções corticais específicas, sendo mais utilizado pela perspectiva clínica.

1.1 DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM

Distúrbios de aprendizagem é um termo genérico que se refere a um grupo heterogêneo de alterações manifestas por dificuldades significativas na aquisição e uso da audição, fala, leitura, escrita, raciocínio ou habilidades matemáticas. Estas alterações são intrínsecas ao indivíduo e presumivelmente devidas à disfunção do sistema nervoso central. Apesar de um distúrbio de aprendizagem poder ocorrer concomitantemente com outras condições desfavoráveis (por exemplo, alteração sensorial, retardo mental, distúrbio social ou emocional) ou influências ambientais (por exemplo, diferenças culturais, instrução insuficiente/inadequada, fatores psicogênicos), não é resultado direto dessas condições ou influências. (Collares e Moysés, 1992: 32)

1.2 TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM

Sobre os Transtornos específicos do desenvolvimento das habilidades escolares
(F81), o CID - 10 afirma:

(...) são transtornos nos quais os padrões normais de aquisição de habilidades são perturbados desde os estágios iniciais do esenvolvimento. Eles não são simplesmente uma consequência de uma falta de oportunidade de aprender nem são decorrentes de qualquer forma de traumatismo ou de doença cerebral adquirida. Ao contrário, pensa-se que os transtornos originam-se de anormalidades no processo cognitivo, que derivam em grande parte de algum tipo de disfunção biológica (CID -
10, 1992: 236).
 

1.3 PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM

Segundo, Scoz (1994:22) os problemas de aprendizagem não são restringíveis nem a causas físicas ou psicológicas, nem a análises das conjunturas sociais. É preciso compreendê-los a partir de um enfoque multidimensional, que mesclem fatores orgânicos, cognitivos, afetivos, sociais e pedagógicos, percebidos dentro das articulações sociais. Tanto quanto a análise, as ações sobre os problemas de aprendizagem devem inserir-se num movimento mais amplo de luta pela transformação da sociedade.
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Como referenciar: "Psicopedagogia: Um Novo Olhar Frente à Disortografia" em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 02/05/2024 às 17:24. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/disortografia/