Você está em Artigos

Dislexia e Matemática (página 4)

  • Na área geométrica,  procurar sempre construir as figuras e medi-las para achar o perímetro. O emprego dos blocos lógicos é importante, bem como o uso das diversas formas, dimensões, espessuras, tamanhos e cores. Tentar usar exemplos do dia-a-dia, como uma caixa de sapatos, que possibilita: descobrir as medidas, desmontar e montar, analisar a forma, realizar operações matemáticas para achar suas dimensões, descobrir como foi feita, quanto seria preciso de papel para encapá-la, fazer outra de tamanho e forma diferente, etc.
     
  • Sistema Monetário: nada melhor que o tradicional, jogo do Banco Imobiliário. Confeccionar cédulas e moedas de papelão com vários valores, além  de cheques (para aprender a preenchê-los por extenso). Desenhar as cédulas e as moedas observando seus detalhes e cores. Brincar de "Supermercado", estabelecendo valores às coisas. Por consequência, efetuar as operações fundamentais. O raciocínio em problemas matemáticos deverá ser realizado através do concreto para depois efetuar-se a solução. Utilizar calculadoras, contador, ábaco.
     

Proponho o seguinte esquema conceitual (Fonseca, 1988):

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A satisfação das necessidades e dos valores da criança deve ser altamente respeitada. Sabemos que o corpo é algo absolutamente importante na vida afetiva do ser humano. As relações corporais entre o feto e mãe preparam para todas as noções cognitivas e afetivas futuras. Desta primitiva estrutura simbiótica, surgem as ligações relacionais: o primeiro sorriso do bebê, os sinais de contentamento, as conquistas do seu desenvolvimento gradativamente vão aparecendo.

A importância da outra pessoa no desenvolvimento da noção do corpo é fundamental. A consciência de si se constrói pouco a pouco. É para o outro que a criança dirige todas as suas potencialidades afetivas, que são a base de seus investimentos motores sobre o mundo.

A autora Alícia Fernandes (1998) descreve em seu livro os "corpos-cadernos", sugerindo que o corpo dos alunos teriam como seus representantes simbólicos os cadernos em sala de aula. Ao observarmos atentamente a maneira como cada criança se relaciona com o seu material escolar, sua caligrafia e seu jeito de comportar-se, aproximamo-nos da realidade de como esta criança se sente, uma vez que reflete seus afetos e sua motricidade em seus pertences.

Segundo Piaget, o mundo exterior significa para a criança uma totalidade alimentada por esquemas sensório-motores: ação, objeto, corpo e mundo exterior constituem uma estrutura totalizante. A construção da imagem corporal, feita a partir dos dados afetivos, cinestésicos, vestibulares (equilíbrio), visuais, auditivos e sensitivos insere-se em toda a história vivida do indivíduo.

Pelo exposto, trabalhar a criança, o jovem ou o adulto com dislexia é, antes de tudo, atender às necessidades deste ser humano inteiro. Sendo assim, pressupõe-se um educador criativo/criador, que  investirá nos aspectos: afetivo-relacional, psicomotor, cognitivo, pedagógico e social.


BIBLIOGRAFIA SUGERIDA:

"O Ser e o Viver"
Julio de Mello Filho
Ed. Artes Médicas

"Dislexia"
J. Ajuriaguerra
Ed. Artes Médicas

"Inteligência Aprisionada"
Alicia Fernandes
Ed. Artes Médicas

"Psicomotricidade"
Vitor da Fonseca
Ed. Martins Fontes

"O Nascimento da Inteligência na Criança"
Jean Piaget
Ed. Imago


Clique aqui para avaliar este artigo

Voltar para seção de artigos

Anterior  

Voltar para a primeira página deste artigo

Como referenciar: "Dislexia e Matemática" em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 28/04/2024 às 06:40. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/dislexiamatematica/index.php?pagina=3