Você está em Artigos

A Importância do Pedagogo em Classe Hospitalar (página 2)

2. ATUAÇÃO DO PEDAGOGO EM CLASSE HOSPITALAR

Para entender melhor o que um Pedagogo faz em um hospital precisamos entender a definição de classe hospitalar, que muitos ainda têm dúvidas, mas alguns estudos definem como um processo educativo não escolar que propõe desafios aos educadores e possibilita à construção de novos conhecimentos e atitudes, envolvendo o conhecimento de médicos e psicólogo, representando uma tarefa complexa, a realização dessa tarefa necessita de um ponto de referência não médico, ou seja, de um pedagogo.

A enfermidade do educando muitas vezes o obriga a se ausentar da escola por período prolongado, trazendo prejuízos às atividades escolares, pois a sua rotina agora é outra é voltada para exames, medicações e diagnósticos, no qual causam sentimentos de revolta, impaciência e medo na criança. Para amenizar este sofrimento provocado pela internação, aciona-se a Pedagogia Hospitalar, que proporciona ao paciente o atendimento pedagógico educacional apoiando-se em atividades continuadas da escola de origem do paciente. As crianças, os adolescentes e os adultos internados para um tratamento hospitalar prolongado acabam tendo defasagem de escolaridade e muitas vezes abandonam a escola devido às dificuldades que encontram ao retornar para ela.
Segundo Fonseca a escola hospitalar se propõe a dar continuidade aos processos de desenvolvimento e de aprendizagem da criança ou jovem durante o período de hospitalização, conforme a citação abaixo. 

"A escola hospitalar mantém o vínculo do indivíduo com o mundo fora do hospital, o ajuda a melhorar sua autoestima e compreender sua própria condição de saúde e reduz seu tempo de internação". (Fonseca, 2003, p. 15)

O Pedagogo leva o ensino até os hospitais, desenvolvendo atividades curriculares, uma vez que o paciente se torna impossibilitada a frequentar as aulas por motivos de doença prolongada, encontrando-se em um mundo cheio de descobertas, onde os sonhos, fantasias ficam de lado a partir desse momento a criança fica a disposição do hospital, com médicos, enfermeiros, além dos familiares, ou seja, um medo de suas condições sem saber ao certo se vai machucar, se vai doer, o contato entre o professor e o aluno/paciente é necessário que a mãe ou o acompanhante esteja presente já que a criança está frágil e insegura, para não atrasar o processo de aprendizagem, esse acompanhamento pode durar uma semana, para que a criança adquira confiança e se sentir mais segura.

O professor deve ter acesso aos prontuários dos pacientes sob atendimento pedagógico, seja para obter informações, seja para prestar atendimento, mas tudo isso deve ser feito de uma maneira discreta, sem querer se aprofundar na doença do paciente, nestes casos o Pedagogo trabalha com outros profissionais da saúde tais como: Assistente Social, Psicólogo, Enfermeiro, Médico, além das parcerias das escolas que os pacientes estudam.

Depois que se obteve a provação familiar e do paciente o fundamental é ir até a escola que esse paciente estava estudando e ver onde estão paradas suas atividades a partir do momento em que o paciente parou de ir à escola. Muitas vezes se faz uma peregrinação nas escolas para obter informação segundo comentários das Assistentes Sociais do Hospital Estadual Infantil Darcy Vargas, e profissionais da Universidade Federal de São Paulo muitas escolas não prestam atenção devida a esse tipo de atendimento, precisando ir até mesmo à delegacia de ensino, ou não comunica a mesma para informação do paciente, pois a necessidade da escola está cadastrada para atendimento no hospital.

O Professor de classe Hospitalar também deverá estar preparado para a morte do paciente que não é nada fácil e estar ciente de que toda doença tem um determinado fator de risco para a vida do paciente e estar apto para fornecer apoio emocional tanto para os familiares, quanto para o educando, já que a criança considera a morte temporária, de forma que as coisas podem retornar a vida após comerem ou tomarem algum medicamento. Com isso compreendemos que diante de uma eventualidade, será levado o conhecimento onde quer que seja, pois onde existir alunos existe educação, seja qual for o espaço que ela ocorra.

As crianças internadas acabam tendo uma defasagem de escolaridade e muitas vezes abandonam, o internamento abandonam a escola devido às dificuldades que encontram ao retornar e Matos deixa claro isso em seu livro:

"A pedagogia hospitalar demanda necessariamente de profissionais que tenham uma abordagem progressista, com uma visão sistêmica da realidade do escolar doente. Seu papel principal não será de resgate a escolaridade, mas de transformar essas duas realidades fazendo fluir sistemas que as aproxime e as integre" (Matos, 1998, p. 12).

Anterior   Próxima

Voltar para a primeira página deste artigo

Como referenciar: "A Importância do Pedagogo em Classe Hospitalar" em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 24/04/2024 às 06:16. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/a_importncia_do_pedagogo/index.php?pagina=1